O Governo do Estado anunciou o resultado da seleção de alunos da Rede Estadual de Ensino contemplados com uma bolsa de estudos no exterior por meio do programa aporte Mineiro do Conhecimento. No Norte de Minas, foram selecionados alunos das cidades de Espinosa, Januária, Montalvânia, Monte Azul, Pirapora e Salinas.

Desde o ano ado, Kethely Mary Gonçalves Vieira, de 16 anos, participa dos processos seletivos até chegar a ser escolhida como uma das mais de 100 alunas de Minas Gerais. Atualmente, ela está preparando as malas e finalizando os preparativos para embarcar entre 14 a 18 de julho próximo para um ano de experiência em terra estrangeira, mais precisamente, para a Austrália. Inicialmente cotada para estudar na África do Sul, no último momento, Kethely foi direcionada para a Tasmânia, pelo seu inglês fluente.

“Fazer o intercâmbio era um sonho. Eu já havia olhado a viagem por agência. Era um plano, mas só iria acontecer mais tarde, após terminar os estudos, porque é muito caro e meus pais não poderiam arcar”, declarou a estudante do 2° ano da Escola Estadual Deputado Quintino Vargas, do município de Pirapora.

Oriunda da zona rural, ela conta que os pais conseguiram um emprego e puderam se mudar para a cidade, visando colocá-la para estudar. “O esforço valeu a pena. Eles estão muito felizes. Já sabiam do meu sonho de fazer intercâmbio. Pretendo cursar uma faculdade de astronomia. Mas nada é definitivo”, revela, acrescentando que gosta de coisas relacionadas ao espaço, mas no meio do caminho pode optar por outro curso.

Questionada sobre algum temor de morar fora do país, Kethely respondeu que tem somente “medos normais. Penso se vou me adaptar, estou pesquisando o clima e acompanhando as redes da escola em que vou estudar. Vou morar com intercambistas de outras partes do Estado. Teremos um plano de saúde, assistência integral e acompanhamento da nossa saúde mental. O intercâmbio é a realização de um sonho”, declara. A estudante terá, além de assistência em saúde, moradia, alimentação, estudos, transporte entre casa e escola e uma mensalidade para despesas básicas individuais, e acompanhamento de profissionais dentro do programa.

O diretor da escola, Milton Hermes Ferreira de Oliva, comemora a escolha da aluna e revela que está emocionado. “Eu confiava que ela poderia vencer justamente porque tem um currículo muito bom. Ela aprendeu inglês estudando sozinha em casa, entre o 6° e 7° ano. Isso fez diferença. Ela tem boas notas e cumpre com todos os requisitos”, afirma.

O diretor destaca que a aluna ficará fora durante um ano e posteriormente retornará à escola em Pirapora para concluir o 3º ano. No retorno, ela terá que apresentar para a comunidade um projeto da experiência vivida na Austrália. “Desse modo, o conhecimento é multiplicado e isso é muito importante para todos. É uma satisfação para ela, para os pais, para toda a escola e para o município que ela está representando”, declara Milton. 

O aporte Mineiro do conhecimento está em sua primeira edição, sendo promovido pela Secretaria de Estado de Educação, em parceria com a Fundação Helena Antipoff. A iniciativa garante intercâmbio internacional gratuito para estudantes do Ensino Médio em Tempo Integral da rede estadual. Em entrevista, o secretário de Estado de Educação, Igor de Alvarenga, destacou que “é uma alegria imensa ver o Governo de Minas e a Secretaria de Educação proporcionando essa oportunidade a estudantes da rede pública. Mais do que viajar, eles vão aprender novas culturas e voltar cheios de conhecimento para compartilhar”, disse.