Jukita Queiroz apresenta o espetáculo Canções e Memórias nos dias 30 e 31 de maio, às 20h30, no Centro Cultural Hermes de Paula — palco onde iniciou sua trajetória artística. Em um retorno carregado de significado, o artista recebe convidados especiais para um show emocionante, repleto de histórias, música e lembranças. Ingressos disponíveis na Sympla. 
 
Como você se sente ao comemorar 41 anos de trajetória musical com esse show especial?
Me sinto muito feliz pelos caminhos que a música tem me permitido ar. São muitos encontros, muitos amigos, muita cantoria, muito aprendizado… Agradeço a Deus, sempre, por essa arte na minha vida.
 
Você se lembra do momento em que decidiu que a música seria o seu caminho? Como tudo começou?
Vou começar pela segunda pergunta. Tudo começou pelo ambiente em que vivi, sempre rodeado por música, seja em casa, na vizinhança, nos encontros com amigos músicos na juventude. Isso foi marcante para que eu abraçasse a música, empunhasse o violão e não largasse mais. Sobre o momento em que decidi que a música seria o meu caminho, acho importante lembrar que já fui bancário, vendedor, gerente de loja, mas paralelamente a esses trabalhos, eu tocava em eventos, bares, criava minhas músicas e outras. Porém, em 1995, decidi, definitivamente, trabalhar apenas com música. Continuava tocando em lugares diversos e iniciei com a docência em música.
 
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou ao longo dessa caminhada?
Creio que o desafio maior é o de aprender o máximo que essa arte, chamada música, pode oferecer. São muitos os caminhos, festivais, gravações em estúdio, shows, aulas de violão que é algo que tem sido frequente na minha vida e muitos outros caminhos. Todos eles proporcionam diversos desafios e diferentes. Acrescento que um é o da música autoral, tem o desafio de compor, o desafio de criar sem plagiar ou tentar compor algo novo, diferente das propostas já existentes, soma-se a isso o desafio de fazer com que a sua música chegue até ao público que aprecia o seu trabalho.
 
E os momentos mais marcantes ou inesquecíveis da sua carreira até agora?
Tentando voltar ao ado aqui, pois minha memória não é das melhores, mas destaco as premiações em festivais, principalmente o 1º lugar do Festival da Canção em Montes Claros em 2007. Quando gravei o meu primeiro CD, Meus Frutos. Quando tive a oportunidade de tocar no programa Som Brasil da Rede Globo, apresentado por Lima Duarte, acompanhando Sérgio Ferreira em São Paulo. Tem aqueles momentos, que parecem não ter valor, mas sinto-me muito lisonjeado quando alguém expressa iração com as minhas músicas.
 
Você tem alguma canção que considera mais especial ou simbólica da sua trajetória? Por quê?
Não diria especial, mas talvez Vida Bela, sendo a música premiada no Festival da Canção que mencionei anteriormente. Meus Frutos também é um instrumental que tenho muita iração pela construção melódica e harmônica, essa dediquei aos meus filhos e tive o prazer de, posteriormente, ter a parceria de Paulinho Pedra Azul, que colocou letra nesse instrumental. Gosto muito de Uníssono, pela mensagem da letra e pela música.
 
O que o público pode esperar desse show no Centro Cultural? Teremos surpresas?
Considerando que é um show de celebração de 41 anos de caminhada de mãos dadas com a música, escolhi músicas que considero o que tenho de melhor no acervo. Acrescentei algumas canções inéditas. A minha expectativa é que as pessoas que assistirem vão curtir muito o show. Terá a participação do violonista Wesley Souza, com quem tenho trabalhado mais frequentemente acompanhando minhas músicas autorais. Além de Wesley, vou contar a participação de alguns convidados surpresas. Também, farei uma singela homenagem a Charlie Boavista, músico que tenho muita iração e considero que sua música, junto ao Grupo Raízes, faz parte da minha formação.
 
Tem algum artista ou movimento musical que influenciou fortemente a sua obra?
Sim. Nas canções, a música regional norte-mineira, o Clube da Esquina, a bossa nova, o samba, e outros. Na música instrumental, penso que trago a influência de Pat Metheny e Toninho Horta.
 
Como você enxerga o cenário musical atual e o espaço para artistas mais experientes?
Atualmente, a onda é divulgar músicas por streaming, que tem sido criticado por muitos artistas. Dentre as críticas: a baixa remuneração do artista, algoritmos que prezam a popularidade e não a qualidade musical, além da produção em massa — predominando a baixa qualidade do produto ofertado.